A história da cultura japonesa no Brasil iniciou-se com a imigração em 1908, quando várias ocorrências tanto no Brasil, quanto no Japão, contribuíram para a vinda dos japoneses.
Você também pode gostar de ler sobre a Cidade de São Roque, ou sobre Tigre na Argentina e San Isidro, ou então sobre a Cidade de Buenos Aires.
No Japão, com o fim do feudalismo, houve o desemprego de quase 90% da população japonesa, pois os Samurais foram todos dispensados de suas funções. E assim instaurou-se uma grande crise econômica no país.
Nesta mesma época no Brasil, havia acabado de acontecer abolição dos negros escravizados, e assim surgiu a necessidade de novos trabalhadores para a área rural. Então firmou-se um acordo entre Brasil e Japão, para que parte da população, que estava passando dificuldades fossem trazidos para trabalhar nas lavouras brasileiras.
No século XIX chegaram ao Brasil 165 famílias, em um navio chamado Kasato Maru, um navio cargueiro, que foi adaptado para o transporte de pessoas. Chegando aqui passaram por várias dificuldades para adaptação.
A principal delas era o idioma, sem contar os hábitos alimentares e cultura. Outra dificuldade foi a falta de dinheiro. Isso ocorreu, pois quando as famílias saíram do Japão os responsáveis pelo envio delas para o Brasil, convenceram-nas a deixarem suas economias com eles, dizendo que no Brasil não seria aceito o Yen. Então lhes foi prometido enviar o dinheiro depois, já convertido na moeda brasileira.
Porém suas economias nunca chegaram, pois foram utilizadas para pagar a viagem do Japão ao Brasil. O que fez os imigrantes sentirem-se traídos por seu país. Além disso, foi vendido a estas famílias que o Brasil seria sua salvação, já que, apesar do trabalho duro e dificuldade de adaptação, tudo seria compensado pelos rendimentos obtidos. O que não foi uma verdade, nem de longe.
Outra dificuldade enfrentada pelos japoneses foi a maneira como os fazendeiros tratavam os imigrantes, que era o mesmo dado aos negros escravizados. Também havia a dificuldade financeira vivida aqui, já que no momento do pagamento de seus salários, eram descontados, roupas, moradia e comida fornecida pelos fazendeiros. Muitas famílias não recebiam nenhum dinheiro ao final de um mês de trabalho. Com todas estas dificuldades, foi ocorrendo o êxodo das famílias japonesas para a cidade, tanto para a capital paulista, quanto para o interior do estado.
E assim inicia-se a história da cultura japonesa no Brasil, uma história que acredito ser desconhecida por muitos. Mas, que é contada em vários lugares que podem ser visitados em São Paulo.
Abaixo deixarei a indicações dos locais onde está preservada esta história que merece ser contada e lembrada, e também lugares que foram criados em gratidão a acolhida brasileira.
Hotéis: encontre os melhores hotéis, com os melhores preços e com toda praticidade, sem pagar nada mais por isso, e cancele quando quiser no Booking.com. |
Cultura Japonesa no Brasil – Onde conhecer em São Paulo
Bunkyo
Fundação e Propósito: Sociedade Brasileira da Cultura Japonesa e de Assistência Social, existe desde a chegada dos imigrantes japoneses, em menor proporção e com outro nome. Tinha como propósito cuidar da saúde, educação e comunicação dos imigrantes e órgãos do governo Brasileiro e Japonês. Foi dissolvida no período da Segunda Guerra Mundial, e em 1954 a comunidade nipo-brasileira teve a oportunidade de reorganizar-se em comemoração ao 50º aniversário da imigração japonesa no Brasil. Suas atividades são mantidas por 32 comissões temáticas voluntárias, que cuidam de todos os eventos que ocorrem durante o ano produzidas pelo Bunkyo.
A associação se mantém graças as mensalidades pagas por seus associados, por doações e aluguéis das salas de seu edifício para eventos.
Por lá acontece anualmente várias festas da cultura japonesa, exposições de orquídeas entre outros eventos. Sempre bom acompanhar a programação no site do Bunkyo.
Aluguel de Carros: a RentCars te ajudará, fazendo um comparativo das melhores locadoras em todo o mundo, mostrando o melhor custo benefício. |
Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil
Sobre o Museu: Funciona dentro do edifício do Bunkyo, e possui um acervo de mais de 1592 itens. Os 3 andares ocupados pelo museu contam a história desde o início da crise no Japão, até a chegada, vida dos imigrantes e a cultura japonesa no Brasil. Em um dos andares, é possível conhecer uma das moradias utilizadas pelos imigrantes quando chegaram ao Brasil.
Como visitar: Fomos acompanhados nesta visita pelo Sr. Paulo, filho de imigrantes que nos contou detalhes desta história. É possível fazer a visita monitorada por meio de agendamento, contatando o museu pelos telefones (11) 3209-5465 ou 3208-1755 (ramal 117) ou por e-mail: museu@bunkyo.org.br
Localização e Horários: O museu fica aberto de terça-feira a domingo, das 13h30 às 17h00, o ingresso para adultos é R$ 16,00, estudantes com carteirinha, idosos e crianças de 5 a 11 anos, pagam R$ 8,00. As visitas monitoradas ocorrem de terça-feira a sexta-feira e para grupos de 50 pessoas, com duração de 60 minutos, com o valor de R$ 150,00 por grupo. Localizado na na Rua São Joaquim 381, no bairro da Liberdade.
Pavilhão Japonês – Parte da Cultura Japonesa no Brasil
A história do Pavilhão: O Pavilhão Japonês é um símbolo de amizade entre o Japão e o Brasil. Construído em 1954 entre o governo japonês e a comunidade nipo-brasileira, foi doado a cidade de São Paulo em comemoração ao 4º centenário da capital paulista.
Localização: Está localizado dentro do Parque Ibirapuera, as margens do lago. É composto por um prédio de dois andares, no térreo há o salão principal onde estão expostos vários itens que representam a cultura japonesa no Brasil.
O que ver no Pavilhão: No primeiro andar está o salão onde há outras representações da cultura japonesa, como a sala da Cerimônia do Chá, ritual muito tradicional no Japão. A partir das varandas no primeiro andar, de um lado é possível admirar um lago com carpas coloridas. De outro lado há um jardim, com grande significado na cultura japonesa, como conto neste texto Liberdade Bairro de São Paulo.
Na entrada do Pavilhão Japonês há um jardim com plantas e esculturas, que possuem grande significado na amizade criada entre Brasil e Japão. A construção do pavilhão foi um projeto do professor Sutemi Horiguchi com utilização de técnicas e materiais tradicionais do Japão. Foi inspirado no Palácio Katsura, que serviu de residência ao Imperador Japonês, em Kyoto, construído por volta de 1620.
Um fato interessante que descobrimos nesta visita, foi que, outra forma de celebrar a amizade entre Japão e Brasil, e também uma forma de agradecimento, foi a plantação de uma cerejeira e um ipê, as árvores símbolo de cada país, uma de cada lado do monumento em nome desta amizade.
Como e quando visitar o Pavilhão: Aproveite seu final de semana e faça uma visita ao Pavilhão Japonês, que fica aberto às quartas-feiras, sábados, domingos e feriados, das 10h00 às 12h00 e das 13h00 às 17h00. O valor do ingresso é de R$ 10,00 para adultos e R$ 5,00 para crianças entre 5 e 12 anos, idosos e estudantes com carteirinha. Para acessar o pavilhão entre pelo portão 10 do parque, ele fica logo depois do Museu Afro-Brasileiro, as margens do lago.
Seguro Viagem: você sabia que para entrar na maior dos países é obrigatório ter um seguro viagem? Sem contar a importância de estar coberto, caso haja qualquer problema de saúde durante a viagem. Além disso o seguro tem outras coberturas, como extravio de bagagens e atraso ou cancelamento de vôos. Com a Segurospromo, você poderá comparar os melhores planos, das melhores seguradoras, com os melhores valores. Com o Código promocional DECAPRALA5 você terá 5% de desconto em seu seguro viagem. |
Parque Ecológico Imigrantes
Sobre a construção do Parque: Este parque foi idealizado e construído pela Fundação Kunito Miyasaka como mais uma forma de integração entre o povo Japonês e Brasileiro. O parque tem o objetivo de preservar o meio ambiente, já que foi todo construído de forma a não agredir a natureza.
Seu processo de construção utilizou técnicas da engenharia tradicional, mas também técnicas da Bioconstrução, com a menor agressão possível ao meio ambiente. O fornecimento de energia é quase todo feito por energia eólica e solar. A construção da sede foi feita de maneira a aproveitar a luz solar para iluminação e ventilação natural. Toda terra retirada na construção, foi reaproveitada para reforçar encostas e na construção do lagos artificiais.
O que fazer no Parque Ecológico Imigrantes: Dentro do parque são encontradas inúmeras trilhas e passarelas, que levam o visitante a ter um contato mais próximo com a natureza.
A passarela, foi toda construída com madeira artificial, feita com resíduos de madeira da indústria moveleira e plásticos descartados. Desta forma há maior resistência as intempéries do clima sem necessidade de manutenções constantes, além de reaproveitamento de resíduos.
As trilhas encontradas no parque, levam o visitante a ter contato direto com a mata fechada, sentindo odores, tendo contato com pequenos animais, pássaros e borboletas. Além de plantas nativas como bromélias e palmeiras.
Como visitar o Parque: O parque funciona às terças-feiras, quartas-feiras e quintas-feiras para visitas individuais e às segundas-feiras e sextas-feiras para grupos acima de 5 pessoas. Portanto está aberto apenas cinco dias na semana, o monitor que nos acompanhou na visita, explicou que os dois dias que o parque é mantido fechado, é para que a mata, por onde os visitantes caminham possa se regenerar.
Para maiores informações sobre a visita utilize o telefone(11) 4348-0786 ou por email: contato@parqueecologicoimigrantes.org.br. O agendamento é realizado pelo site do Parque Ecológico Imigrantes, é preciso ficar atento a abertura de vagas.
Localização: O Parque Ecológico Imigrantes está localizado na Rodovia dos Imigrantes Km 34,5, ao lado do primeiro posto da Rodovia. Todo o parque é preparado para atender pessoas com mobilidade reduzida.
Japan House
Um pouco da história da Japan House: Este é um projeto do governo Japonês, que tem como objetivo, difundir a cultura japonesa para a comunidade internacional, e existe em apenas 3 cidades Londres, Los Angeles e São Paulo.
Sua arquitetura mistura o contemporâneo com as técnicas tradicionais de construção japonesa. Inicialmente o projeto arquitetônico seguiria um modelo todo contemporâneo, metalizado. Mas após a visita do arquiteto responsável pelo projeto, Kengo Kuma, ao Pavilhão Japonês reformulou seu projeto, utilizando a arte milenar de encaixes de madeira, sem a utilização de pregos. O resultado foi um edifício inusitado, contrapondo-se ao mesmo tempo que se une as construções da principal avenida de São Paulo, a Avenida Paulista.
Na Japan House, além de inúmeras exposições durante todo o ano, acontecem eventos e também é possível aproveitar café, restaurante e uma loja em sua visita.
O que fazer na Japan House: Durante o ano todo acontecem inúmeras exposições na casa, normalmente com algo voltado a cultura japonesa. Além das exposições é possível conhecer sua loja, com artigos importados e um acervo de livros, todos a disposição de quem quiser ler. Os produtos vendidos na loja são dispostos seguindo o desenho do mapa do Japão e a localização de cada província do país. Também é possível almoçar por lá no Restaurante Aizomê com culinária japonesa variada e o Café Mirai, onde tomar um café transforma-se em uma arte.
Como visitar o Japan House: A entrada a Japan House é gratuita, e a casa fica aberta de terça-feira a sábado das 10h00 às 20h00, domingos e feriados das 10h00 às 18h00, fechado as segundas-feiras.
Localização: Japan House está localizado na Avenida Paulista, 52, ao lado da Praça Oswaldo Cruz, em frente a Casa das Rosas. O metrô mais próximo é a Estação Brigadeiro.
Bairro de Liberdade
O bairro da Liberdade é um dos maiores pontos onde podemos encontrar a cultura japonesa no Brasil.
Por lá concentram-se várias lojas de comidas e produtos típicos do Japão, tanto na Avenida Galvão Bueno, quanto na Rua da Glória.
Além de lojas maiores encontradas no “centro” da Liberdade, próximo a praça, há também, um pouco mais distante deste ponto, mais próximo a Rua São Joaquim, lojas ainda mais tradicionais e bastante interessantes.
Então, fica a dica, quando organizar um passeio pelo bairro da Liberdade, explore um pouco mais além da Praça da Liberdade.
Culinária Japonesa
Claro que o bairro da Liberdade é o principal ponto para conhecer a culinária do Japão, que também faz parte da cultura japonesa no Brasil. Mas existem vários restaurantes espalhados pela cidade de São Paulo com ótimas opções de pratos.
E os pratos variam muito, diferente do que nós brasileiros costumamos pensar, a culinária japonesa não se limita apenas a sushi e sashimi, mas a pratos bem diferentes.
A culinária japonesa serve o já conhecido por alguns de nós, o Lamen. O curry japonês, que é o Karee, feito com legumes e carne ou frango e também o Bentô, que não é exatamente um prato típico, mas sim uma forma de apresentar a comida.
O Bentô, é como as nossas marmitas aqui no Brasil, mas com comidas típicas japonesas claro, normalmente sem peixe cru. Claro que há muito mais, mas que ainda não conheci.
Conclusão
Estes são alguns dos pontos em São Paulo, onde é possível encontrar partes da história da cultura japonesa no Brasil. Caso tenha interesse em conhecer estes pontos com maior riqueza de detalhes e conhecer a fundo esta história, indico marcarem com a Patrícia do blog Bagagens de Memórias, que foi quem nos apresentou a toda esta riqueza.
Espero que este texto lhe ajude a montar seu roteiro pela cidade de São Paulo para conhecer a história da cultura japonesa no Brasil. Se tiver alguma dúvida ou comentário, deixe aqui embaixo, terei prazer em responder. Gostou destas dicas? Então siga o blog no Facebook, Instagram e Pinterest para saber mais novidades. Até o próximo post.
Deixe um comentário